Desafios da EJA
O texto
inicia trazendo os maiores desafios que encontramos na educação de jovens e
adultos, que é a dificuldades em ensinar, em lidar com a motivação, em
conseguir ganhos de consciência são permanentes nos depoimentos daqueles que
buscaram o trabalho com adultos das camadas populares. Lidar com a motivação
dos alunos da EJA não é uma tarefa fácil, pois a maioria desses alunos chegam
na escola já cansados de um dia de trabalho, pensando em outros problemas,
enquanto outros sofrem com a vergonha de voltar a escola, enfim os alunos da
EJA chegam em sala de aula com um certo conhecimento de letramento, mas com uma
grande bagagem de conhecimento, de experiência no mundo, diferente das crianças
que não possuem essa vasta bagagem de conhecimento do mundo. Paulo Freire nos
diz” Para construir o mundo é preciso primeiro sonhá-lo” e muitos dos educando
que frequentam tem alguma noção da escrita e precisamos resgatar com materiais
lúdicos, oralidade trazendo para o contexto escolar suas realidades, sua
leitura do mundo e seu contexto em que estão inseridos, por isso a importância
de trazer para a sala de aula assuntos dia a dia dos alunos, e para podermos
ter noção do nível de conhecimento dos alunos o educador deve manter
diariamente o diálogo em sala de aula.
Muitos
alunos da EJA procuram estudar por se sentir excluído da sociedade por não ser
alfabetizado Hara diz” Sociedade excludente, que marginaliza a grande maioria
pobre, acaba por negar as condições mínimas para a realização da escolarização
das camadas populares, e, quando isto ocorre, a escolarização é destituída da
qualidade necessária. Em busca de uma qualidade melhor de vida muitos adultos
acabam superando o medo e a vergonha e voltando a escola pensando que lá irá
resolver seus problemas, mas infelizmente não é bem assim, pois a escola ainda
enfrente dificuldades para atender as demandas de alunos.
Fazer
com que o aluno aprenda de acordo com a realidade da sociedade em que está
inserido, é facilitar o campo de pesquisa, pois o aluno vai explorar e
construir seu aprendizado a partir de assuntos que já conhece, isso vai fazer o
aluno associar sua alfabetização com mundo, segundo Paulo Freire o processo de
aprendizagem é dinâmico e ativo. Quando aceitamos que o homem seja sujeito na
compreensão do mundo, aceitamos que também o seja na construção do seu
conhecimento sobre a escrita, uma parcela do conhecimento social. Paulo Freire
entende alfabetização como um ato de conhecimento, no qual "aprender a ler
e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir
criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo
significado da linguagem".
Referência
HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3.
ed. São Paulo: CEDI, 1992.
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